-with no turning back-
06
Jul 11

10 weeks - resting | Flickr - Photo Sharing!

Entrei em casa e reparei que o meu pai não estava no lugar habitual:cadeirão. Apenas via a minha avó enconstada na bancada, a bater claras em castelo. 

 -Olá Avó.

-Olha a minha menina.-disse ela abraçando-me.-Então como foi a escola?

Sorri.

-Foi boa, as professoras parecem simpáticas e a turma também, depois das aulas fui com um colega até a um monte atrás da escola, sabias que lá há uma casa abandonada que pertence aos avós dele? Ele tem o sonho de arranjar aquilo, então nós entrámos e começámos a tirar tudo para fora e a varrer, depois vamos reciclar os móveis, vamos limpá-los e pintá-los.

-Acho uma óptima ideia, mas juizinho. Não façam nada que prejudique os estudos.

-Achas avó? Claro que não.O pai ?

-O pai foi ao centro de emprego de mora, a ver se arranjava trabalho, ele viu uma boa opurtinadade no jornal e decidiu ir lá, depois ele explica-nos melhor o que era porque nem eu mesma compreendi.

-Ah ok, huum, cheira bem, é o quê?-disse, olhando para o forno.

-É bolo de chocolate.

-Ok, vou tomar um duche rápido, para tirar o pó do corpo.

-Está bem, vai lá então.

Saí dali e fui em direcção à casa de banho, tomei um duche rápido, e dirigi-me logo ao closet, vesti o pijama azul, e calcei os chinelos. Dirigi-me ao quarto e sentei-me na cama, assim que o fiz comecei a ouvir a miar, espreitei pela janela e não vi nada, o miar não parava e eu começava a ficar assustada, decidi abrir a porta que dá para a rua de cima e fui até à árvore que está no lado esquerdo da porta. Espreitei para os troncos e não vi nada, voltei costas e ia a caminhar em direcção à porta quando o miar começa outra vez, voltei à árvore e olhei muito bem, até que depois de ter dado uma volta completa à volta da mesma vejo uma gatinha pequenina e toda branca. Agarrei nela com muito cuidado e levei-a até à minha avó.

-Posso ficar com ela avó ? Eu alimento-a e cuido dela muito bem, ela tem o quintal todo para brincar, não vai estragar nada.

-Hum não sei Emma...

-Vá lá, avó, eu prometo.

-Hum...sendo assim está bem, mas tomas mesmo conta dela!

-Claro!-gritei e de seguida abracei-a.

Voltei a subir as escadas com a gata ao colo, o seu pelo era extremamente macio e muito brilhante. Era pequenina e muito fofinha.

Dirigi-me ao closet e tirei uma manta que tinha deixado no cadeirão, enrolei a gatinha nela e aconcheguei-a na minha cama.

-E agora, o que é que eu faço contigo pequenina?

Assim que o disse ela miou, que miar tão querido, um miar fininho de quem está com fome.

Desci e fui buscar uma taça de leite, coloquei sobre o parapeito da janela e coloquei-a à frente da tigela, primeiro olhou para mim um pouco assustada, fiz-lhe uma pequena festa na cabeça, e ela consentiu e começou a beber o leite. A sua ligua era pequenina e levava à boca cada gota de leite de que a gata tanto necessitava.

 Assim que a gata já se sentia instalada, desci, e dirigi-me à mesa, em pequenos saltinhos.

-Olá pai, voltas-te!

-É, parece que sim, essa felicidade toda deve-se ao quê?

-A vida corre me bem...

-Algum motivo em especial?

-Sim, conheci pessoas muito simpáticas hoje e encontrei uma gatinha branca na árvore e avó deixou-me ficar com ela.

-Ah muito bem, cuida bem dela.

-Cuidarei.

-Então, o que é que foste fazer ao centro de emprego de mora?

-Fui a uma entrevista que estava no jornal para assessor na área de turismo.

-Ah, acho que fizeste bem, e agora?

-Agora é esperar...

-Ok...
Sorrimos os três e assim começámos a comer, desta vez não era bifes, mas sim sopa de agrião e frango com puré, como sempre estava delicioso, comi o jantar a despachar e de seguida dei dois beijos de boa noite ao meu pai e à minha avó e subi deitei-me e aconcheguei-me na cama com a gatinha. Deixei-me levar pela beleza deste dia e adormeci.

 Abro os olhos, e novamente às 7 horas, levantei-me e a gatinha permanecia ainda na cama, na mesma posição em que eu a havia deixado. Estava a dormir, não a incomodei e fui directa à casa de banho, tomei um duche, vesti-me e saí de casa.

Estava quase a chegar à escola quando vejo um rapaz a sair de uma casa, não liguei muito e continuei a andar, até que ouvi uma voz:

-Emma!

Virei me para trás e essa voz que soava de longe já estava mesmo ao pé de mim, os meus olhos subirarm, e para grande espanto meu, a cara que encontro é a do Alex, o que é que ele estava ali a fazer?

-Alex pára!-disse eu dando-lhe um ligeiro soco na barriga. Ele riu-se.

-Hey, então?

-Pára de apareceres assim do nada, já me começas a assustar.

-Desculpa, não faço por mal.

Estávamos a passar por uma casa quando ele parou, deu-me a mão, e fez-me dar uma volta, como se estivéssemos a dançar, enconstou-me à parede da casa e entrelaçou as mãos nas minhas, levantando-me os braços, e enconstando-os à parede, chegou-se mais perto de mim, e eu sabia onde aquilo ia chegar, mesmo assim era inevitável pensar que não sentia nada por aquele rapaz porque a verdade não era essa, havia uma atracção, e forte. Até que a sua doce e meia voz soou, conseguia cheirar o seu odor, o perfume, o seu corpo, o quer que fosse que ele metia, era sem margem de dúvida o melhor perfume, ou antes, a melhor combinação de aromas que eu alguma vez senti.

-E agora, continuo a assustar-te?

Eu estava estupefacta, em choque, não conseguia reagir, mal meu, sempre que fico nervosa fico como se fosse uma estátua, no meio do encontro da sua respiração com a minha consegui reagir, e olhei-o nos olhos, os seus olhos, inexplicáveis, profundos e que me olhavam como se gestos não significassem nada, como se um olhar dissesse mais que mil palavras.

 Não respondi à sua perrgunta, não havia resposta possível. Senti o seu corpo a colar-se ao meu, e sem dar por nada os seus lábios beijavam os meus como se não houvesse amanhã, larguei as minhas mãos das dele, ele separou o beijo, e fez uma cara de confuso do género ''o que estás a fazer?''. Pensei no Duarte e em como ele me tinha magoado realmente, não estava preparada para aquela relação, não agora, não ali, mas mesmo assim o meu instinto mais uma vez fez questão de superar a mágoa e levou as minhas mãos ao seu pescoço, abraçara o seu pescoço por assim dizer, e ele aí percebeu que aquela pausa não significara nada mais do que um simples ''deixa-me ter noção dos meus actos'', rapidamente senti as suas mãos  quentes a cercarem a minha cintura, olhámo-nos nos olhos e não perdemos tempo em tentar decifrar o olhar de cada um, o beijo falou por si, estava eu a beijar Alex, um rapaz que apenas conhecia à  3 dias. Os nossos lábios separaram-se, e ambos sorrimos, não consegui deixar de reparar como o seu sorriso era perfeito. Os nossos corpos descolaram-se um do outro, voltando cada um à sua pessoa, o seu braço direito rodeava a minha cintura, e assim caminhámos até à escola. Ele ia para passar o cartão, mas eu parei e ele percebeu que o meu corpo já não estava junto do dele, veio ter comigo.

-O que foi princesa?

-Estou confusa... o que é que aqueles beijos signi...

Interrompera-me, nesse momento já sentia o aroma dos seus doces e suaves lábios a tocarem nos meus novamente. Separou o beijo e fiquei a olhar para ele.

-Acho que isso responde à tua pergunta, certo?

-Certo.-disse eu inevitando um sorriso de orelha a orelha, naquele momento nada me importava mais sem ser ele, não queria cá saber de Duartes ou de Lisboa, da minha mãe, da gata...de nada, parece um pouco egoísta eu sei, mas e então, não é para isso que o amor serve? Para nos pôr nas nuvens e uma vez na vida tirarmos tempo para pensarmos senão mais na nossa felicidade?

O dia passou rapidamente e quando demos por nós, já estávamos a ir para casa juntos. Parámos á porta da casa dele.

-Bem, até amanhã.-disse eu.

-Amanhã vamos até ao monte?

-Claro.-respondi.

Os nossos olhares cruzaram-se novamente e  beijámo-nos, pus os braços à volta do seu pescoço e ele agarrou-me pela cintura, por mais que custasse, tinha que acabar, tinhamos de ir para casa, mas amanhã, era outro dia e podiamos encontrar-nos novamente.

 

publicado por Kate às 16:07
Uau !Está mto bom :)
Madalena a 7 de Julho de 2011 às 12:10
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sinopse
Na adolescência há acontecimento que podem ficar marcados para sempre. Conseguimos possuir de um milhão de sentimentos em simultâneo, tão bem como pensamentos. With no turning back retrata a história de uma adolescente: Emma, que após ser trocada pelo namorado, e de uma noite marcante na sua vida, em conjunto de um repleto disparate, Emma é obrigada a ir viver com o seu pai e avó para o Alentejo, onde vai fazer amizades que jamais irá esquecer, e principalmente onde vai conhecer o rapaz dos seus sonhos... mas logo por azar, Emma descobre algo terrível, o que pode ser tomado como um risco ou não. Mas quando o amor é muito, e principalmente ''à primeira vista'' não há nada que faça parar o coração de uma adolescente.